A Letting Space vem intermediando espaços para atividades não comerciais - particularmente experiências artísticas na Nova Zelândia - desde a Crise Financeira Global de 2008. Esses espaços podem ser parques e lojas até bairros inteiros, como quando a Zona Econômica Transitória de Aotearoa (foto) ocupou um pequeno conjunto de lojas e ruas para um festival que visava discutir relações econômicas alternativas entre as comunidades e a terra.
Por vezes, há resultados de longo prazo - como a manutenção de um parque ou a criação de uma Loja Grátis, ou quando uma comunidade se capacita para a ocupação permanente de um local.
A plataforma Urban Dream Brokerage, patrocinada pelo município, negociou com proprietários de imóveis para ter acesso ao espaço de forma gratuita ou por um preço irrisório para 120 projetos artísticos e comunitários.
O espaço comum emerge da apropriação e continua em busca da prática de boa governança. Não há bens comuns sem a prática coletiva (“commoning”). Esse tipo de prática colaborativa requer a “renegociação de relações através das quais os assuntos cotidianos, a produção e o intercâmbio são organizados e desenvolvidos” (Nightingale 2019).
O espaço comum é distinto do espaço público. O espaço público é um produto do que Stavrides chama de “uma certa autoridade... uma condição sob a qual o controle está sendo imposto, e formas e hábitos estão sendo explorados...” Por meio de processos e práticas, o espaço comum desafia os enclaves dominantes.
Para manter o espaço como um bem comum é vital que um enclave ou uma elite (por exemplo, um proprietário de imóvel) não seja simplesmente substituído por outro (por exemplo, um grupo de arte). Para que o espaço se mantenha um bem comum, os novos usuários precisam trabalhar para mantê-lo aberto.
O retorno da terra como bem comum requer um processo consciente e organização do grupo, pois vira a maré contra a privatização da terra comum.